Maria Cândida de Oliveira Parreira (1877–1942)
Portuguese Lawyer, Politician and Poet.

 

Maria Cândida Parreira was born in Lisbon, on the 16th of January of 1877.
She graduated in Law from the Classical University of Lisbon, in 1919, still at a time when graduation numbers among women were scarce.
In 1934, at the invitation of Portugal´s then recently appointed head of state, António de Oliveira Salazar, she integrated the single list of candidates for deputies of the National Assembly. She would eventually hold such position during the First Legislature of the New State (the designation attributed to the corporatist authoritarian regime implemented in the country in 1933), between January 1935 and November 1938, along with two other women, Domitila de Carvalho and Maria Guardiola, all of them being single and Catholic.
Contrary to what one might think, the inclusion of these women in office was not motivated by feminist politics, serving instead the purpose of legitimizing the triad God-Homeland-Family – the regime´s true ideological anchor in the sense that their political interventions were exclusively focused on issues related to family, education and welfare. Along these lines, Parreira pronounced herself, on several occasions, against matters such as divorce, but also proved herself to be decisive in supporting the creation of the Fishermen´s Houses, in reforming the Ministry of Education and, above all, in submitting a proposal – subsequently approved by unanimity – for all employed and salaried women with over a year of service to earn a maternity leave, for 30 days, during which they would be paid a subvention at least equal to a third of their salary.
In addition to her political endeavors, she was a poet, having also written a few operettas and small revue theater plays, among which O Sarau dos Românticos – staged at the Politeama Theater, in Lisbon, in 1916 stands out.
She died in Lisbon, in 1942.

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Maria Cândida Parreira nasceu em Lisboa, a 16 de Janeiro de 1877.
Licenciada em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, em 1919 – ainda numa época em que era escasso o número de mulheres formadas nesta área foi também na capital que exerceu advocacia.
Em 1934, a convite de António de Oliveira Salazar, integrou a lista única de candidatos a deputados à recém-fundada Assembleia Nacional, acabando por vir efectivamente a desempenhar essas funções durante a I Legislatura do Estado Novo, entre Janeiro de 1935 e Novembro de 1938, na companhia de outras duas mulheres, Domitila de Carvalho e Maria Baptista Guardiola, todas elas solteiras e católicas.

 

No Palácio da Assembleia Nacional, Domitila de Carvalho, Pinto da Mota, Maria Cândida Parreira e Maria Baptista Guardiola. 1935. AN-TT.

 

Maria Cândida Parreira na sessão preparatória da Assembleia Nacional. 1935. AN-TT.

Contrariamente ao que se possa pensar, a inclusão destas mulheres no Governo não se revestia de quaisquer contornos feministas, servindo antes o propósito único de legitimar a tríade Deus-Pátria-Família, verdadeira âncora ideológica do regime, na medida em que as suas intervenções políticas incidiam exclusivamente sobre assuntos relacionados com a família, a educação e a assistência. Nesse sentido, Maria Cândida pronunciou-se, em diversas ocasiões, contra questões como o divórcio, mas também se revelou determinante no apoio à criação das Casas dos Pescadores, na reforma do Ministério da Instrução e, sobretudo, na proposta – posteriormente aprovada por unanimidade – que apresentou para que todas as mulheres empregadas e assalariadas com mais de um ano de serviço pudessem ser dispensadas do trabalho em situações de parto, durante 30 dias, sendo-lhes concedido um subsídio pelo menos igual a um terço do ordenado que auferiam.

Maria Cândida oferecia uma bolsa mensal de 60$00 à candidata que ficasse classificada em primeiro lugar para entrar no Convento da Encarnação.
Adicionalmente, foi poetisa e escreveu, para além de algumas operetas, pequenas peças teatrais de revista, entre as quais se destaca, em parceria com Madalena Trigueiros Patrício e João de Vasconcelos, O Sarau dos Românticos, uma peça que viria a ser encenada no Teatro Politeama, em 1916, e que obteve considerável sucesso.
Morreu em Lisboa, em 1942.

O seu nome viria a ser postumamente atribuído a uma rua na freguesia de S. Lourenço, Azeitão, Setúbal.


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