Alice Moderno (1867-1946)
Portuguese Writer

Alice Moderno was born on August 11th, 1867. Her parents, Celina Pereira de Mello Maulaz and João Rodrigues Moderno, were immigrants’ children in Brazil, where they were born and married. The paternal ancestry is located on the island of Madeira, and maternal grandfather, Auguste François Joseph Maulaz, was from French origin. She was born in Paris, and as a child accompanied her family as they moved to Azores, where she lived all her life and died (02/20/1946, Ponta Delgada).
Mainly, Alice Moderno was an independent and pioneering spirit. Considering the role of women in the nineteenth century, limited to the family role, the writer surpassed all these limits, always with the same purpose: to change the mental and emotional point of view about the female concept.
In addition to poet, she was a teacher, merchant, insurance agent, business woman and journalist. She started in Azores as an activist, where she became a member of the 1st Republic women's organization, she also take part in the Republican League of Portuguese Women, the Feminist Propaganda Association and the Women's Association of Democratic Propaganda, and it’s important to point out that in 1913 the Republican Women's League organized a party in honor of Alice Moderno. 
In other words, she was a pioneer of feminism and as a writer; her best publications were in journalistic material.
In Azores, where she lived all her life, Alice Moderno broke the limits of private space: in the nineteenth century she published and directed newspapers and magazines, always with one goal: to change attitudes and to enrich the education.
Her literary work includes several genres (chronicles, short stories, a novel, poetry, essays, plays and translations texts) but poetry predominates by quantity. Some of her poems have been translated into German, French, English, Italian and Swedish.
Her life has a lot of curious aspects: eccentric, assumed herself as an independent woman, challenging rigid customs of the time and enrolled in Ponta Delgada High school, and was the first female to attend that school. 
In 1887, when she was only twenty years old, she stayed alone in the city of São Miguel (the family moved to the interior part of the island) and began to sustain herself. Right after, in November 1888, she founded and directed the newspaper O Recreio das Salas, which ambition was to instruct and recreate the Azorean society. 
After a few years, in 1893, her family moved to New York while Alice stayed in Ponta Delgada, as director of Diário de Anúncios. 
Among her many activities, we believe it is important to point out the articles she wrote for the weekly newspaper that she founded in 1902, A Folha, where she defended the feminist movement.
We can undoubtedly include Alice Moderno in group of nineteenth century women who made writing as a mean to ensure their subsistence and not a mere occupation.
Besides the collaboration with the Azorean press (as the Diário dos Açores and the Revista Pedagógica), Alice also published in the national and international press, particularly in some almanacs, with emphasis on the Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro (Luso-Brazilian Almanac)  (1851-1932) that worked as an important dialogue forum between Portuguese and Brazilians. 
The Revista de Portugal (1889-1892), which was conceived and directed by Eça de Queiros, also had a small collaboration by the writer Alice Moderno, who published in the 4th volume, in a rubric called "Cancioneiro da Revista" a poem entitled “Relíquia”.
Therefore, we believe that, regardless of the quality of her literary work, we must appreciate is the author herself and her reactions and revolutionary attitudes held despite all the unfavorable circumstances. 
However, it should be emphasized that throughout her life, Alice Moderno received several awards. In 1907 she received an award in a competition of the Alma feminina (female Soul) magazine, an inkwell prize made of crystal and silver; in another event organized by the newspaper Jornal da mulher (the woman’s newspaper) in 1916 she won the first prize. In 1924, she was awarded a prize in Angra de Heroísmo Floral Games and another one in Figueira da foz.

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Nasceu a 11 de agosto de 1867. Os seus pais, Celina Pereira de Mello Maulaz e João Rodrigues Moderno, eram filhos de imigrantes no Brasil, onde nasceram e se casaram. A ascendência paterna localiza-se na ilha da Madeira, e o avô materno, Auguste François Joseph Maulaz, era de origem francesa. Nascida em Paris, ainda criança acompanhou a sua família na mudança para os Açores, onde sempre viveu e faleceu (20/02/1946, Ponta Delgada).
Acima de tudo, Alice Moderno foi um espírito independente e pioneiro. Considerando-se o papel da mulher no século XIX, circunscrita ao espaço familiar, a escritora ultrapassou todos esses limites, sempre com a mesma finalidade: mudar o conceito do feminino tanto do ponto de vista mental quanto emocional. 
Além de poetisa, foi professora, comerciante, agente de seguros, mulher de negócios e jornalista. Avançou como ativista, nos Açores, na organização de mulheres da 1.ª República, participou na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, na Associação de Propaganda Feminista e na Associação Feminina de Propaganda Democrática, sendo de assinalar que em 1913 a Liga Republicana das Mulheres organizou uma festa em honra de Alice Moderno. 
Ou seja, foi uma precursora do feminismo e, enquanto escritora, as suas melhores publicações estão no jornalismo que praticou.
Nos Açores, onde viveu toda a sua vida, Alice Moderno rompeu com os limites do espaço privado: publicou e dirigiu jornais e revistas em pleno século XIX, sempre com um objetivo: mudar as mentalidades e contribuir para a valorização da instrução.
A sua obra literária abrange vários géneros (crónicas, contos, um romance, poesias, ensaios, textos teatrais e traduções) mas predomina, pela extensão, a poesia. Alguns dos seus versos foram traduzidos em alemão, francês, inglês, italiano e sueco.
A sua vida nos dá conta de alguns aspetos curiosos: excêntrica, assumiu-se, como uma mulher independente, desafiando os rígidos costumes da época e matriculou-se no Liceu de Ponta Delgada, sendo a primeira rapariga a frequentar aquele estabelecimento de ensino. 
Em 1887, com apenas vinte anos, fica sozinha em São Miguel (a família muda-se para o interior da ilha) e começa a sustentar-se a si mesma. Logo a seguir, em novembro de 1888, funda e dirige o jornal O Recreio das salas, que tem como ambição instruir e recrear a sociedade açoriana.
Passado alguns anos, em 1893, a sua família direta parte para Nova Iorque e Alice continua em Ponta Delgada, como diretora do Diário de Anúncios. 
Entre as suas múltiplas atividades, julgamos ser importante assinalar os artigos que escreveu para o jornal semanário que fundou em 1902, A Folha, onde defendeu o movimento feminista e que foi publicado até 1917.
Podemos, sem dúvida, incluir Alice Moderno no grupo de mulheres oitocentistas que fazem das letras um meio para garantir a sua subsistência e não uma mera ocupação.
Além de colaborar com a imprensa açoriana (como com o Diário dos Açores e a Revista Pedagógica), Alice também publicou na imprensa nacional e internacional, nomeadamente em alguns Almanaques, sendo de destacar o Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro (1851-1932) que funcionou como um importante espaço de diálogo entre portugueses e brasileiros. 
A Revista de Portugal (1889-1892), concebida e dirigida por Eça de Queirós, contou também com uma pequena colaboração da escritora Alice Moderno, que publicou, no 4º volume, na rubrica “Cancioneiro da Revista” uma poesia intitulada “Relíquia”.
Julgamos que independentemente da qualidade da sua obra literária, o que devemos apreciar é a autora e as suas reações e atitudes revolucionárias mantidas apesar de todas as circunstâncias desfavoráveis. 
No entanto, cabe assinalar, que ao longo da sua vida Alice Moderno recebeu vários prémios. Em 1907 recebeu num concurso da revista Alma feminina um tinteiro de cristal e prata; num certame organizado pelo Jornal da mulher, em 1916, obteve o primeiro prémio. Em 1924, nos Jogos Florais de Angra de Heroísmo lhe foi atribuído um prémio; assim como em 1924, na Figueira da foz.
Fundou em 1911 a Sociedade Micaelense Protetora dos Animais, a primeira associação dedicada ao bem-estar animal nos Açores. 

References:

Acknowledgments:

The biography of Alice Moderno was written by Adriana Mello Guimarães.

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