Seomara da Costa Primo (1895-1986)
Portuguese Researcher in Natural Sciences and Education.

Seomara da Costa Primo was born in Lisbon, on the 10th of November of 1895.
She attended the Passos Manuel secondary school, where she completed the Sciences Complementary Course, in 1913. Afterwards, she joined the Faculty of Sciences of the University of Lisbon, from where she graduated in Natural-Historical Sciences, in 1919. 
During the 1917-1918 school year, she attended classes of Histology and Embryology at Lisbon´s Faculty of Medicine, which would later grant her the position of trainee at the Institute of Histology and Embryology.
In 1942, she defended her PhD thesis, thus becoming the first Portuguese woman to doctorate in Sciences, a merit widely reported by the daily press.
In parallel, she was the author of several compendiums aimed at secondary school teaching, concerning the fields of Botany, Biology and Zoology - profusely illustrated, by herself, with watercolors and charcoal -, which would be used by multiple generations of students, between 1930 and 1970. Moreover, her taste for drawing and painting allows us to find in her estate a rather significant collection of watercolors, representing plants and animals. 
Costa Primo also addressed female specificity, particularly in what concerns to the role the woman plays in society and the education provided to young females:

“The more enlightened (…) she is [the woman], the more her maternal mission will be elevated. Culture will never harm the young females. It may even improve the situation, seeing as it is the woman, effectively, who exerts the biggest influence on the children´s spirit. In such a way, to encourage their culture and elevate their mentality is to build a cornerstone for a truly civilized country”.

Seomara da Costa Primo retired in 1962, having been struck by tremendous subsistence difficulties during her last years. She died in Amadora, on the 2nd of Abril, 1986. 

*****

Seomara da Costa Primo nasceu em Lisboa a 10 de Novembro de 1895.

Frequentou o liceu Passos Manuel, onde terminou o Curso Complementar de Ciências em 1913. Entrou de seguida na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa onde concluiu o Curso de Ciências Histórico-Naturais em 1919. Após a frequência do Curso do Magistério Liceal, diplomou-se pela Escola Normal Superior e concluiu o Exame de Estado no ano de 1922, com a classificação de 18 valores.

No decurso do ano lectivo de 1917-1918 frequentou na Faculdade de Medicina as cadeiras de Histologia e Embriologia. Exerceu o cargo de preparadora do Instituto de Histologia e Embriologia sob a orientação do Prof. Celestino da Costa.  

 

Foto do XI Congresso do Ensino Secundário, em Haia (1929).

 

Em 1942 defendeu a sua Tese de Doutoramento, tendo sido a primeira mulher a doutorar-se em Ciências, o que lhe valeu a divulgação do ocorrido na Imprensa quotidiana.

Regeu as cadeiras de Morfologia e Fisiologia Vegetais, Botânica Geral e Botânica Sistemática e, a partir de 1949, a de Desenho Biológico.

Foi autora de diversos compêndios para o Ensino Liceal, de Botânica, de Biologia e de Zoologia - profusamente ilustrados com aguarelas e carvões executados por si - que acompanharam gerações de alunos do Ensino Liceal, entre os anos 1930 e 1970. O seu gosto pelo desenho e pela pintura permite encontrar no seu espólio um número muito significativo de aguarelas, representando plantas e animais.   

      

   

 

 Mais exemplos do seu trabalho aqui.

Foi igualmente professora no antigo Liceu Almeida Garrett e no seu sucessor, Maria Amália Vaz de Carvalho. Neste período (1921-1942), em que acumulou a docência Universitária com o Ensino Liceal, desenvolveu intensa actividade tanto no campo científico e pedagógico como no associativo. 

Também a especificidade feminina foi objecto de referência, no que concerne aopapel da mulher na sociedade e à educação das raparigas:

"Quanto mais esclarecida (...) for [a mulher], tanto mais elevará a sua missão de mãe. A cultura nunca fará mal às raparigas. Poderá resultar melhor até, porque é a mulher, de facto, quem exerce mais influência no espírito dos filhos. Fomentar, pois, a sua cultura, elevar a sua mentalidade, é pedra de toque de um país verdadeiramente civilizado" .   

Na cidade da Amadora, onde viveu os últimos 50 anos, a Comissão de Toponímia atribuiu o seu nome a uma das suas ruas. Também a uma Escola Secundária da Amadora foi dado o nome, local onde se encontra uma parte considerável do seu espólio artístico e bibliográfico. Aposentou-se em 1962 e os seus últimos anos de vida foram passados com grandes dificuldades de subsistência. Morreu na Amadora a 2 de Abril de 1986.


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