Rosette Batarda was born on the 10th of January of 1916, in Redondo, Alentejo.
In 1941, she graduated in Biological Sciences from the University of Lisbon. In 1947, she was appointed naturalist to the Museum, Laboratory and Botanical Garden of the Coimbra University, where she would end up working throughout her whole life, later retiring as a Principal Researcher.
She participated in several botanical expeditions throughout Portugal and Mozambique - her contribution towards a broader knowledge of the African flora was particularly meritorious - where she gathered important groups of plants that would enrich the herbarium collections of the Botanical Institute of Coimbra and the Tropical Scientific Investigation Center, in Lisbon.
She took part in 41 international meetings. Between 1945 and 2000, she published approximately 250 papers, most of them concerning vegetal systematics. Within her vast work concerning Vegetable Taxonomy, more than 50 scientific entries stand out, some of them on a generic level (e. g., Gravesiella), in addition to various new combinations.
She was also praised for her work on Ethnobotany and the History of Botany. As a token of appreciation, many vegetal species, such as Marsilea Batardae and Polypodium Batardae, bear her name.
Batarda died on the 28th of May, 2005.
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Rosette Batarda nasceu a 10 de Janeiro de 1916 na vila do Redondo (Alto Alentejo). Em 1928 matriculou-se no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho em Lisboa e, em 1941, licenciou-se em Ciências Biológicas pela Universidade de Lisboa, com 18 valores. Esse ano foi determinante na sua vida, pois, em Junho, durante um Congresso de Ciências Naturais realizado em Lisboa, conheceu aquele que viria a ser o companheiro de toda a sua vida, o botânico Prof. Dr. Abílio Fernandes. Passou então a residir em Coimbra, onde seu marido foi, desde Agosto desse ano, Director do Museu, Laboratório e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. Em 14.11.1947 foi nomeada Naturalista dessa instituição, onde trabalhou toda a vida, tendo-se aposentado como Investigadora Principal.
Dedicou-se de corpo e alma à reorganização do Herbário de Coimbra (COI), actualizando a nomenclatura das plantas de Portugal e muitas das ex-colónias. A lista das suas publicações é vasta (cerca de 250 entre 1945 e 2000) e estas referem-se tanto a plantas ibéricas como africanas. Realizou numerosas expedições botânicas em Portugal enriquecendo em muito o espólio do Herbário; participou ainda, em conjunto com a equipa do Laboratório de Botânica da Universidade de Lourenço Marques e com seu marido, numa expedição a Moçambique durante a qual foi colhido material vegetal de apoio à investigação realizada em Coimbra e no Centro de Investigação Científica Tropical em Lisboa.
A sua contribuição para o conhecimento da flora africana foi especialmente meritória. Publicou 80 trabalhos entre 1954 e 2000 em obras como: Conspectus Florae Angolensis, Flora de Moçambique e Flora Zambeziaca e também na revista científica Garcia d’Orta. Especialmente significativa foi a sua investigação sobre a taxonomia das famílias Anacardiaceae, Aviceniaceae, Cucurbitaceae, Lamiaceae, Melastomataceae e Verbenaceae.
Quanto à flora da Península Ibérica, são de salientar os trabalhos publicados, entre 1993 e 1997, na Flora iberica (vols. III, IV e V), que incluem os tratamentos taxonómicos de 8 géneros pertencentes às famílias Brassicaceae, Crassulaceae, Cucurbitaceae, e Malvaceae. Sobre a flora da Europa publicou nos volumes II (1968), III (1972) e IV (1976) da Flora Europaea, o estudo de 11 géneros, pertencentes às famílias Boraginaceae, Asteraceae, Labiatae, Malvaceae e Scrophulariaceae.
Mas Rosette Batarda Fernandes foi uma investigadora multifacetada tendo publicado ainda em cariologia de, entre outras, várias espécies de Narcissus, a maioria entre 1945 e 1947, em colaboração com Abílio Fernandes. Sobre a flora Macaronésica, devem-se-lhe 33 artigos relacionados com a taxonomia de um elevado número de Pteridophyta (p. ex. Asplenium e Dryopteris), e de Spermatophyta (p. ex. Alnus e Cucumis). Publicou também artigos muito interessantes sobre Etnobotânica e História da Botânica, respectivamente, a Botânica na Poesia Popular e na Heráldica de Portugal; e as viagens de Manuel Galvão da Silva em Moçambique e sobre a história botânica da melância e da gila.
Da sua vasta obra em Taxonomia Vegetal, além de numerosas combinações novas, destacam a mais de meia centena de taxa novos para a ciência, alguns deles a nível genérico (ex.
Gravesiella). Como testemunho de apreço profissional, foram-lhe dedicadas várias espécies, entre as quais
Marsilea batardae e
Polypodium batardae.
Dos últimos trabalhos que elaborou, foram publicados na Flora Zambesiaca e já depois do seu falecimento, os tratamentos taxonómicos das famílias Aviceniaceae, Verbenaceae e Lam.
References: